14 de dez. de 2010

Anjo negro

A morte é um anjo negro ao meu lado.
O passado tem um cheiro gostoso.
Olha que o passado ainda nem passou.
Podemos voar na velocidade do som
e mostrar novamente ao meu eu o que eu era
Mas conseguirei entender?

As vezes saber que eu estou vivendo o agora
E sentir a sensação das luzes do passado
Quando assistir televisão e sentir o cheiro da manhã
                                                         [ era tão gostoso
Um anjo negro da morte está aqui perto
E ele me sorri, e ele me pergunta, e ele me responde.
Eu ainda posso ver o que eu não entendo
Mas o que eu não entendo não pode me ver
No fim das contas, quem é o fantasma?

28 de nov. de 2010

Escombros

O resto são escombros
E nossa face está enterrada na lama
Na areia?
A pequena história do álcool  e dos jogos
O resto? Sempre serão escombros

...

Na trindade da vida
Morbides, eu saluto a morbides
Flores do mal nascem nos negros campos
E as ovelhas morreram de fome
Onde estava teu pastor?

...

São pequenos fragmentos
Versos, palavras, areia ao vento.
O deserto muda sua face constantemente
Em quanto busca uma nova forma da vida
O resto...
Escombros.

...

Mesmo assim a solidão
O sândalo perfuma a imensidão
E os ares tristes do mar.
As areias irão um dia sumir
E tudo irá mudar
Revelando os escombros do passado.

23 de nov. de 2010

Canção do novo mundo.

O impiedoso infinito mostra tua fronte
Quando o coração e a razão não mais se entendem
O sol decide se por no horizonte
Não há uma verdade que defendem

O vestido de seda que o vento carrega
O mar molha os teus tornozelos
O dia no horizonte já não enxerga
O coração tranquilamente palpita em teus seios

Tua juventude beatifica as dores do mundo
Mas as trevas são uma realidade
Que consome tudo

E da mais alta torre, verás um tudo
Verás o mar e a vida brotando
Verás um novo mundo

20 de nov. de 2010

Destino?

Cada passo que dou nesta vida
Cada coisa que eu me despeço
Cada hora então perdida
Em cada segundo que me despedaço
Onde estou?

Meu tempo é um relógio que corre
Está acabando tão depressa
Meu passado e futuro morre
Nesta vontade que não se expressa
Onde estou?

Cada suspiro pode ser o último
E cada verso pode seguir meu destino
Meu coração queima como o mais denso fumo
E adoraria voltar aos tempos de menino
Onde estou?

Não sei...
Me despeço de cada coisa
Por que em breve aqui já não mais eu estarei
E esvai toda minha força...
Onde estou?

E deitado na grama
Imagino que não há nada além
Que o mundo é esta lama
E que nada mais vem
Onde estou?

Meu destino já está traçado.
E um dia os versos findaram.
Com a morte do meu lado.
As flores abriram.
Não mais estou.

15 de nov. de 2010

Ressurreição

Ressurgir, o homem é complicado por natureza e sua natureza é uma natureza complicada. Satélites rondam seu corpo e sua mente é dimensionada em tantos segmentos que é impossível dizer ao certo quantas pessoas tem naquela pessoa.
Pessoa, pessoa, pessoa, pessoa, pessoa.
O homem é complicado por natureza, e a natureza tenta facilitar as coisas pondo o certo no certo.
O homem é o errado, a multiplicação que findara em um resultado igual a zero. O homem se multiplica por zero.
Na branda fonte de sua juventude ele riu, ele ira sofrer os sofrimentos mais terríveis por um único propósito: Voar.
O homem caminha com passos largos
Vive suas ilusões ainda com passos largos
Mostra suas dimensões ainda com passos largos
Com passos largos ele quer atravessar o mundo
E diz que o amor acabou.
Seu amor nunca morre por mais que ele o mate.
Seu amor?
Amor?
Dor.

...

O homem que está na máquina prestes a nascer (este meio humano, meio metal, meio morte) vive e nutre-se de sentimentos humanos. Diz que gosta do amor e do ódio, seus opostos mortais. O homem está pronto mas o caminho para o Além do  homem (ou super-homem) está fechado para balanço.

Tudo é uma mera ilusão?
Óptica!
Tudo é uma ilusão?
Óptica.
Sátiros dançam com suas flautas em volta da fogueira. O fogo arde e estala a madeira, Sátiros dançam para Dionísio. Seu sangue corre quente em suas artérias. Hoje é noite de festa, hoje é uma noite triste.
E a vida?
Morreu.

11 de nov. de 2010

Adeus Sociedade

Tiro minha máscara, eis meu rosto!
São as contas que prestei à sociedade
Com minhas respostas mostro o que gosto
Não acredito no que chamam de verdade.

Mas em tudo tem que haver lógica?
Viver para prestar contas a quem?
Tudo se desliga em um passe de mágica
Impossível de ver além

Sociedade peço, melhor, suplico!
Não sinta minha falta quando eu partir
Não, não te explico
Não, não estou a fugir.

Não sou mais um que deve contas a sociedade
Mas serei menos um a ser regido por suas leis
Nesta ética amoral e sem verdade
Que visa o deleite unicamente dos reis

Dou-lhe adeus sociedade

3 de nov. de 2010

Meio

Quando você se quebra ao meio
Tenta procurar uma definição
Quando está entre o bonito e o feio
Em todas as questões do coração
Minha mente, minha mente é uma mentira
E eu sei contar mentiras muito bem
O mundo me despira
Eu vi o coração do homem.

Mas toda a coragem que eu possuo
Evanesce nas águas turvas da vida
Esse é meu vôo
Esta flama perdida
Eu sinto minha cabeça voar pelo ar
E bater no chão
Eu sinto minha voz calar
E parar o meu coração...

15 de out. de 2010

Soneto para ela

Tenho saudades de você
Pena que só te vi uma única vez
Mas ainda penso no teu ser
O meu coração bater novamente você fez

Sem você não há paz
E a tristeza que me carrega nos dias
O mundo não gira mais
E as noites se tornam mais frias

Dentro do meu coração uma imagem fora feita
Meus olhos fechados ainda tem sua imagem
E os sonhos de uma cor estranha a noite enfeita

Te vejo ao meu lado, dizendo sim
Mesmo distante, mesmo tão perto
Te vejo tanto do meu lado como dentro de mim.

14 de out. de 2010

A loucura e a decepção

Esses pensamentos tão bons
Invadem a mente destes dias tão chatos e perdidos
Quando nem penso mais em escutar tais sons
Vejo em minha fronte as rugas de uma falsa idade
Mas tudo é locura
Ou decepção.

Ronda os sons da atmosfera, um silêncio que cresce
Ir embora ou voltar, sempre a grande decisão
Parou o coração
Iremos tentar descobrir uma nova forma de vida em nós mesmos?
Ou seremos sempre aquelas velhas gotas de chuva de uma manhã de domingo?
Iremos embora
Tornaremos à casa.

Pensando bem, fiz tantas coisas no passado
E faço tantas coisas hoje
O ar frio do futuro vem a mim e me mostra as rugas
O sorriso frio do nada ali em frente
Atravessamos o rio
Conhecemos cada passo desta navalha, deste corte, deste fio
Andar em silêncio é como imitar um espírito sorridente
Mas tudo é loucura
ou decepção

9 de out. de 2010

Garotos

 Garotos jogam bola...
Os pés descalços na crua terra
A tarde alerquinal sobre suas cabeças
Não há tempo nem espera
Não há imagem nem beleza
Garotos continuaram jogando bola
Até que a fome aperte
Ou a noite caia
Mas o jogo melhora com a chuva forte
A bola lisa, o goleiro falha...
Todos serão felizes ou serão tristes
A vida sempre continua
Mas a morte é algo tão real para estes garotos
Que irão imbora com ou sem lua
Que tem destinos tortos
Garotos jogam bola...
E a terra urge em seus pés
E eles riem e eles xingam
Tudo é tão belo, não vês?
As pequenas gotas minguam...
Os garotos fingem não ser
Mas tristes eles são
E ao mundo estão com  cara a tapa
Alguns irão crescer
Outros amaram
Outros irão invelhecer
E a terra pisada será lembrança
Que naquele dia, naquela hora
Meninos jogavam bola...

7 de out. de 2010

Certezas

Irei embora em silêncio
Quando tudo menos acabar
O resto é um desespero eterno
Os passos pesam
Quando estamos no caminho errado...

As pessoas fingem não ver
Mas está tão visível
Estas certezas que todos tem
Estes dogmas que todos temem
Irei dormir cedo hoje
Para nunca mais acordar amanha
Meu amanha talvez nem chegue
Mas tudo entrara nos conformes

Irei embora em silêncio
Quando tudo menos acabar
O resto é um desespero eterno
Os passos pesam
Quando estamos no caminho errado

O mar me branda com um sorriso
As núvens trazem a tempestade
Irá chover em breve em minha alma
Irá chover em breve no mundo inteiro
E eu serei esta chuva
E eu estarei no mundo
Serei o sorriso do mar
Serei as lágrimas do oceano

Quando tudo menos acabar
Irei embora em silêncio...

5 de out. de 2010

Vazio Existente


Dentro do carro há uma pessoa
Dentro da pessoa há uma dúvida
Está escrita nas asas do pássaro que voa
Está escrita em cada canto da vida

Dentro da pessoa o vazio existente
Nos  bolsos, trocados e papél
Um caminho insólido que se lamente
As núvens cobrem o azul do céu

O vazio se torna um ser vivente
Ele ri, ele chora, ele grita na noite
Vive dentro da gente

Agora nosso mundo que gira sem parar
Alterna o sorriso e a lágrima
Estamos onde queremos estar?

30 de set. de 2010

- Sem Título -

Quando todos querem te machucar
Eu estava sendo um poeta que apenas escrevia...
Perco todo o meu ar
Eu era um poeta que não tinha sentimentos
Talvez se auto-estima fosse vendida tão facilmente
Uma ponte que cai, outra que se cria
Mas agora creio que sei qual é minha essêcia
Eu não sabia o que eu sentia e o que eu não sentia....

Eu tenho o poder de machucar a todos
Meu riso que teimava em não sair...
Sei lidar com os estes lobos
Eu era poeta e não escrevia com o coração
Eu era poeta e escrevia por escrever
Sei das coisas que podem acontecer
A vida não se define entre viver e morrer
Agora o amor, agora o ódio, agora a paixão
Não há tantas questões que a sinceridade não resolva
Agora são puros, e formam a nova situação


Não há tantas cores
Não há tantos sentimentos
Não há tantas respostas
Não há tantas questões
Não sobra muito tempo
Não há tanta juventude
Não há tantas despedidas
Manteremos um curso e este curso é sempre para frente.

29 de set. de 2010

Apaixonei-me por uma bailarina

Apaixonei-me por uma bailarina
Conheço-a dês de pequena
Ela é a mais linda menina
Da voz tão serena

Sua dança era tão delicada
Apaixonei-me, nada pude fazer
Disse a mim: - Nunca fui amada!
Disse a ela - Deixe-me amar você!

As rosas serão sempre flores
E não nasceram neste deserto
São rara como tais amores
Onde a solidão é o certo

Apaixonei-me por uma bailarina
Eu que sou este pequeno poeta
Que tão pobremente rima
Com palavras tão incertas.

Disse que a amo
E que sempre a amarei
E que sou eu quem a chamo
E que meu coração a ela darei.

Ela sorri sem querer sorrir
Diz que já ama alguem
Eu pensei que estava a mentir
E perguntei-lhe: - Quem!!?

Ele não te ama, se te ama, ama pouco!
Amar mais que ele eu consigo
Ela diz: - Você está louco!
Te considero apenas um amigo.

Eu amo uma bailarina
Ela não ama um poeta
Aqui está história termina
Sem final feliz nem festa

Dançar e ser aplaudida por quem diz que a ama
A bailarina resta a alegria do coração
O poeta dia após dia se torna uma fraca chama
Lhe resta apenas o frio sorriso da solidão.

Que o mundo me ouça!

O mundo tem que ouvir
O que tenho a dizer
Mas o que eu tenho a dizer
O mundo talvez não queira ouvir...

Fiz como Zaratustra: dei adeus ao sol, a águia e a cobra. Desci dos solitários montes trazendo um presente para os homens. Como Zaratustra fiz, desci rindo por um desfiladeiro criado de lágrimas

Na calada da noite
A questão paira como um bandido
Talvez eu tenha me perdido
Na calada da noite

Nas delicadas flores primaveris que teimam em nascer ao meio do concreto eu delicío seu puro aroma, o cheiro que nascera junto a dificuldade. Vem um cachorro e come a planta.

O mundo é tão cruel
Os versos são tediosos
Neste mundo dos poderosos
Feito de papel

Somei tantas coisas na minha vida e subitraí um tanto quanto de outras. Somei as garrafas vazias e as canetas sem tinta, somei os sonhos perdidos e os amores incompletos, subitraí de cada coisa um ano de vida. Era um suicídio sempre que eu nascia...

Agora a lua me sorri
Não existe o agora
Não irei embora
Tudo eu ainda não vivi!








23 de set. de 2010

In Vino Veritas

Quando eu era jovem
Bebi até a morte
Procurando viver um pouco mais
Andei nas trevas e nas tabernas
Respirei o frescor do vinho puro e tinto
Embreaguei-me tantas vezes
Que meu passo era cambaleante por natureza.
Não havia mais sofrimento entre os amigos
Não havia mais tristeza entre as mulheres
Quando eu era jovem
Talvez a juventude era minha pior inimiga
Mas, tambem aprendi muito nas sarjetas
E nos copos de vinho
Minha vida era Dionisíaca
Um brinde para aqueles que não temem
Um brinde para aqueles que ali estão
Quando eu era jovem
Brindar era minha obrigação

21 de set. de 2010

Ode ao coração partido

Paixão? Fique com ela!
Meu coração não mais se desespera
Neste mundinho meu eu não sairei
Isto sou tudo o que me tornei
E o amor, que morra o amor
Este sentimento sem nome, sem cor
Dionisíacas palavras neste sonho de verão
Sofro por sou um homem sem coração
Sofrer, meu coração fora arrancado
Sofrer, meu amor fora enterrado
E agora que já esta a chover
Durmo sem desligar a TV

Amor? Eu abdico!
Nunca mais eu te suplico
A dor que senti por tí não findara tanto
E agora que eu já consegui sair do canto
Mas sou um pássaro em uma gaiola
E na ventania noturna peço amor como esmola
Penei em aprender
Penei buscando o meu verdadeiro ser
Encontro-me em bares e em garrafas
Encontro-me em caminhos e estradas
Encontro-me perdido
Ferido...
Agora que já sei como é perder
Durmo sem desligar a TV

17 de set. de 2010

Poema de amor entre rimas pobres

Ela disse:
- Você é meu inimigo mais querido
   Algo que eu não gostaria ter perdido
   Tem nos seus olhos algo de ferido
   Um coração que não merece ser vivido
   Você, é um inimigo querido
   Ou um grande pequeno amigo
   Mas não importa para onde sigo
   Nem os livros que tenho lido
   Mas tudo não passa de um mal entendido...

Ele disse:
 - Não há razão tão impura
   Nem tão breve conjeitura
   Somos tão bela mistura
   Nos tornamos uma alma tão pura
   A noite para ti murmura
   Sobre de toda a humanidade a fissura
   E pensar de forma escura
   E de forma tão dura
   Escrevo a ti belos versos em forma de rasura.


  No fim das contas, beijaram-se.

7 de set. de 2010

Eu passarei...

Impassível este triste meio dia sem cor
Morrem pessoas aos montes no mundo
Eis a incerteza de ver o sol se por
Eis a certeza de atingir do poço o fundo
Na dor uivante que nascera da gruta cardiaca
Nas ideias imagináveis da minha mente demôniaca

E passam os carros...

Sei que a tarde vai acabar
Tudo que é vivo morre na metafísica
Tenho que descansar tudo o que há para descansar
Amanha será como uma segunda-feira mística
E a beleza da aurora que eu não irei ver
Vivendo cada dia no meio termo enter viver e morrer

E passam os dias...

O meu leito infernal me espera
Seguro-me em meus desejos pecaminosos
O leite sagrado da "mãe terra"
Amanha serei um invisível no paraiso dos poderosos
Mas aproveito o dia de hoje, feriado
Que é mais um dia totalmente parado


E eu passarei...

3 de set. de 2010

O dia nasceu cinza

Sua meta diária era ser feliz
Escreve nas paredes de seu coração tudo o que planeja
Mas adianta ter a certeza das certezas?
Em passos largos no destino que sempre quiz

O medo é um animal selvagem
Que habita as profundezas de seu coração
Na busca diária de uma solução
Na eterna solidão de uma viagem

O dia nasceu cinza....

No trageto de ida e volta
Seus alunos, seus filhos desmaturados de um erro simplório
As estridentes músicas faz um "quê" notório
Cair em seu abismo pessoal como uma opção que a solta

Vai já já
Em breve...
Está em greve
Mas vai voltar

O dia morreu cinza

2 de set. de 2010

Um soneto sobre solilóquios

Me sinto ridículo em me sentir ridículo
Nas cores arlequinais de um fim de noite
E minha tristeza me torna algo minusculo
Nas trevas além do mal, do bem e da sorte

Voa no meu peito um desejo infame
Na volta para casa, sobre as luzes do ônibus
Não ouço a quem me chame
O dia acaba quando se apaga a luz

No deserto inconciênte de meus desejos
O fogo que em mim queima a alma
Na ilusão sagrada dos seus beijos

Onde andas você que nasceu antes de mim?
Sou eu quem dá o último grito
Decreto por hoje apenas mais um fim.

1 de set. de 2010

O despertar de uma utopia

Acordo aqui, estou iluminado
Acordo lá, estou humilhado
Acordo na chuva
Acordo no sol
Acordei?

Meus sonhos não me disseram nada
Mas nada a eles eu perguntei
Nada, nenhuma palavra
Nada descobri, nada sei
Minha terrível e sorridente vingança
Minha dogmática fé sem esperança
Acordei no relento depois de sol e chuva
Afoguei-me em águas turvas...

Nunca acordei de verdade
Nunca falei de verdade
Nunca vivi de verdade
Nunca fui eu de verdade
Nunca sonhei de verdade
O que é verdade?
Acordar?

Lá fora...

Lá fora, a escuridão consome o homem.
Sua tristeza e sua sina fora feita em andar nestas quietudes gélidas de uma noite qualquer.
Não há uma explicação sensata mas os barulhos da rua fazem o silêncio algo raro
Não há uma beleza exórdia mas, ficam os retalhos de um dia que acabou.
E o homem devanesce em seus conceitos...
Lá fora, tudo é cruel.


Uma criança, duas crianças, três crianças! Pés sujos nas sarjetas, o duto do passeio dos ratos. Faz frio e uma tempestade aproxima-se, faz frio e uma lágrima aproxima-se, faz frio e o silêncio sorri dizendo:
- O que você procura aqui, infeliz?
O homem está sendo consumido como um cigarro...
Todos os prédios estão calados, os becos estão calados, os carros já não passam e os sinais amarelos espionam as esquinas. Um beco sombrio nos convida a perdição, seus fantasmas contam histórias que arrepiam-nos no mais profundo da alma. Quem está lá fora? Quem está ai? Ele está praticando o caos debaixo de nossos narizes, não ousamos perguntar porque tememos a resposta.


Lá fora, a escuridão consome o homem
E o homem se torna a escuridão
Não se sabe o que consomem
E os segredos guardados no coração
Lá fora, o silêncio é eterno
E torna o mundo um silêncioso inferno
Tudo acontece agora
A escuridão consome o homem
Là fora

31 de ago. de 2010

Auto retrato

Eu
Tenho a marca de Caim na fronte esquerda
Na doce e mais pura voz cor de seda
Eu, o que busco?
Traço meus caminhos passso à passo
Traço meu destino em tudo o que faço
Enlouqueço
Esqueço
Não mereço
Eu, filho do abstrato e do não entendimento
Que vive em busca de alimento
E se transtorna quando torna a ver um tormento
Todos olham, todos riem e eu  dou um sorriso
Sou um retrato falado
Estou em todas as paredes, escarrado.
Encaro-me, sou fiel a minha convicção.
E nestes pobres versos me purifico
Nesta pobre vida cheia de transtornos
Eu
Tenho a marca de Caim na fronte esquerda
Eu não tenho medo de nenhuma perda
Eu sou inretratavel.