19 de set. de 2011

Nos olhos do demônio

Quando olho em seus olhos
Vejo um pouco o que o passado era
Vejo a tristeza que representou minh'alma
Vejo a beleza que neguei ver por muitíssimo tempo

Seus olhos
Representam o mal que me fizera
A palidez que transpõe dos rios a calma
E as lembranças de tempos até então poucos e limpos

Fechai-vos
Tais olhos de demônios famintos
Pois importa a dor que eu sinto
E as palavras quando eu minto

Petrificai-vos
Nossos duros corações
Pedra pura em forte porções
De um velho tinto vinho!

Quando olho em seus olhos
Vejo um pouco do que se fora no futuro
Vejo as lágrimas que um dia foram minhas
Vejo os olhos do demônio

4 de set. de 2011

Perdendo a religião

O tempo quer que eu vá
Mas eu insisto em ficar
Os símbolos sagrados
Rejeitam o milagre que eu sou
Pois são rejeitados
Mesmo sendo um ser incolor
Em razão do destino
Minha apoteose não aconteceu
Agora sois menino
Mas minha criança morreu

Morreram santos
São pequenos e tantos
Em rastro de mentira
Ignorância vã, talvez...
Palavras que como flecha ferira
Permitindo que o tempo voe mês a mês
Sagrados são os votos
E a consciência humana
Mesmo os reis mais tolos
Mesmo a mente mais insana

Agora o Diabo ri em seu inferno
Ri e se diverte como menino
E o céu fecha-se em tempestade
Com a invasão que o homem planejou
Bebel mesmo construída pela metade
Ícaro em noite de lua voou
O homem em sua religião
Nada mais ele crê
Pois não precisa mais de perdão
Não tem medo de morrer
Quebrara as estatuas de deuses e diabos
Cultivara um jardim de flores maléficas
Não serei protegedor de nenhum lado
Pois não creio mais em tais figuras angélicas!