15 de out. de 2010

Soneto para ela

Tenho saudades de você
Pena que só te vi uma única vez
Mas ainda penso no teu ser
O meu coração bater novamente você fez

Sem você não há paz
E a tristeza que me carrega nos dias
O mundo não gira mais
E as noites se tornam mais frias

Dentro do meu coração uma imagem fora feita
Meus olhos fechados ainda tem sua imagem
E os sonhos de uma cor estranha a noite enfeita

Te vejo ao meu lado, dizendo sim
Mesmo distante, mesmo tão perto
Te vejo tanto do meu lado como dentro de mim.

14 de out. de 2010

A loucura e a decepção

Esses pensamentos tão bons
Invadem a mente destes dias tão chatos e perdidos
Quando nem penso mais em escutar tais sons
Vejo em minha fronte as rugas de uma falsa idade
Mas tudo é locura
Ou decepção.

Ronda os sons da atmosfera, um silêncio que cresce
Ir embora ou voltar, sempre a grande decisão
Parou o coração
Iremos tentar descobrir uma nova forma de vida em nós mesmos?
Ou seremos sempre aquelas velhas gotas de chuva de uma manhã de domingo?
Iremos embora
Tornaremos à casa.

Pensando bem, fiz tantas coisas no passado
E faço tantas coisas hoje
O ar frio do futuro vem a mim e me mostra as rugas
O sorriso frio do nada ali em frente
Atravessamos o rio
Conhecemos cada passo desta navalha, deste corte, deste fio
Andar em silêncio é como imitar um espírito sorridente
Mas tudo é loucura
ou decepção

9 de out. de 2010

Garotos

 Garotos jogam bola...
Os pés descalços na crua terra
A tarde alerquinal sobre suas cabeças
Não há tempo nem espera
Não há imagem nem beleza
Garotos continuaram jogando bola
Até que a fome aperte
Ou a noite caia
Mas o jogo melhora com a chuva forte
A bola lisa, o goleiro falha...
Todos serão felizes ou serão tristes
A vida sempre continua
Mas a morte é algo tão real para estes garotos
Que irão imbora com ou sem lua
Que tem destinos tortos
Garotos jogam bola...
E a terra urge em seus pés
E eles riem e eles xingam
Tudo é tão belo, não vês?
As pequenas gotas minguam...
Os garotos fingem não ser
Mas tristes eles são
E ao mundo estão com  cara a tapa
Alguns irão crescer
Outros amaram
Outros irão invelhecer
E a terra pisada será lembrança
Que naquele dia, naquela hora
Meninos jogavam bola...

7 de out. de 2010

Certezas

Irei embora em silêncio
Quando tudo menos acabar
O resto é um desespero eterno
Os passos pesam
Quando estamos no caminho errado...

As pessoas fingem não ver
Mas está tão visível
Estas certezas que todos tem
Estes dogmas que todos temem
Irei dormir cedo hoje
Para nunca mais acordar amanha
Meu amanha talvez nem chegue
Mas tudo entrara nos conformes

Irei embora em silêncio
Quando tudo menos acabar
O resto é um desespero eterno
Os passos pesam
Quando estamos no caminho errado

O mar me branda com um sorriso
As núvens trazem a tempestade
Irá chover em breve em minha alma
Irá chover em breve no mundo inteiro
E eu serei esta chuva
E eu estarei no mundo
Serei o sorriso do mar
Serei as lágrimas do oceano

Quando tudo menos acabar
Irei embora em silêncio...

5 de out. de 2010

Vazio Existente


Dentro do carro há uma pessoa
Dentro da pessoa há uma dúvida
Está escrita nas asas do pássaro que voa
Está escrita em cada canto da vida

Dentro da pessoa o vazio existente
Nos  bolsos, trocados e papél
Um caminho insólido que se lamente
As núvens cobrem o azul do céu

O vazio se torna um ser vivente
Ele ri, ele chora, ele grita na noite
Vive dentro da gente

Agora nosso mundo que gira sem parar
Alterna o sorriso e a lágrima
Estamos onde queremos estar?