25 de ago. de 2011

Balada do semi-deus

Expurgo de minha inconsciência
O mal que o mundo me fizera
E não pedirei clemencia
Pois não tornarei a terra

Caminharei como semi-deus imortal
Dionísio de embriaguez andante!
Não faço parte de tal mundo animal
Sóis cavaleiro andante!

Mas o mal caminha ao meu lado
E me diz palavras rancorosas
Ando silenciosamente calado
Pois sei que minhas palavras serão mentirosas

Enfrentarei os gigantes de minha loucura
Permitirei que sozinho o pródigo torne a casa
Pois meu coração é vasta sala escura
E nada há o que se faça

Me perderei nos caminhos sem volta
Sem medo da morte ou de Deus
E encontrei onde o traidor perdeu as botas
Todos os sonhos meus

Agora, semi-deus caído
Dionísio como um anônimo beberrão
Sentimento demais por sentido
Caio do céu, torno ao chão

21 de ago. de 2011

Soneto maldito

Escrevo este impuro soneto
Para  as almas mais impuras
Do qual não se exige respeito
Nem se faz misturas!

Cuspo nas minhas palavras
Pois do lixo elas nasceram
Agora, do verso escrava
Como os antigos poetas escreveram

Sujo, infiel, poema maldito
Eis lança de fogo
Não tenho vergonha de te-lo escrito!

Cada palavra fere como ferro
São flechas poéticas então
Pois são ditas pelo homem mais sincero!



17 de ago. de 2011

Fenix

Fenix, do cinza do dia
Nascera novamente
Ressurge!
Renasce!
Agora cinza de novo
morre.
Vai desaparecer por via das dúvidas
Morrerá quantas vezes for preciso
Mas nascerá de novo
Cada vez mais forte
Porém, cada vez diferente
Fenix nunca desistirá
De ser o deus grego da teimosia
Não será morto
nem por suas próprias mãos
Nem pelas mãos de outrem.
Renasce e morre
Morrerá para renascer!
Fenix, filha de Caim
Com a marca dionisíaca em seu peito
Não morrerá de novo das mesmas coisas
E se morrer
Nascerá mais forte
Da cinzas
Num dia cinza.

16 de ago. de 2011

Agradecimentos

Pois é meus amigos, estas foram as animadas poesias de Equilíbrio Distante. Obrigado pelo apoio dos comentários e dos muitos e-mails que eu recebi. Espero que tenham gostado, ou não.

EQUILÍBRIO DISTANTE - Desistência

Esteja sozinho como eu estou
Sinta esta sensação de solidão
Agora saberá para onde vou
E o que representa o parar do meu coração
E o vento solitário que corre nas minhas cortinas
Desisto, o amor não é para mim
Machucado, cortado, destruído por estas meninas
Traçaram então o meu fim.
E nesta carta de despedida
Deixo meu coração para o futuro
Cada ilusão pedida
Cada cara no muro
Estou cansado das pauladas da vida
Estou cansado de andar no escuro
Cada página não lida
Cada ar impuro
Findo meu cadáver no Equilíbrio distante
E escrevo na minha lápide o motivo de ter ido
Eis aqui um eterno amante
Que nunca fora correspondido

9 de ago. de 2011

EQUILÍBRIO DISTANTE 3 - Decepção

Atiro-me do penhasco mais alto
Buscando cair nas águas mais frias
Sabendo que voar é uma ilusão
Em meio a queda, fecho os olhos
Sinto que as lágrimas caem comigo
E farei parte do mar então
Estou muito cansado
Do sofrimento que fora imposto a mim
E de tanta decepção
Desejo que meu coração pare de bater
Pelo simples fato dele deixar de bater
Pelo simples fato de não querer ter razão
Quero ser feliz mas é impossível
Quero sentir os raios do sol
Quero saborear a vida e a paixão
Mas tanto quanto impossível
Decepciono-me tanto com todos
E nunca aprendo a lição
Caio do penhasco mais alto
Nas profundezas do mar mais profundo
Pois acredito que esta é a solução
E agora livre das amarras do corpo
Pois minha tristeza afunda com meu corpo
Depois de tanta decepção

8 de ago. de 2011

EQUILIBRIO DISTANTE 2 - O silêncio dos mortos

O vento tem uma pergunta
As vozes se calam
Não haverá mais luta
As coisas param
Em terra sem luz
Com o frio nos ossos
Nas noites azuis
Nos fundos dos poços
Carrego em mim
A fúria dos homens
Escrevo o fim
Em letras solúveis
Os mortos não falam
Respeito o seu silêncio
As vozes que  calam
Não dizem por extenso
Brilha no céu
A alma e o dia
Perdi o que é meu
Sentimento que ardia
Eles se foram
Se foram tão cedo
Não peço que morram
Pois eu tenho medo
E os mortos se calam
Não mais ouvirei
Seus sussurros estalam
No silêncio morrerei


5 de ago. de 2011

EQUILÍBRIO DISTANTE 1 - Se as luzes Insistem

Se as luzes insistem
Persistem
quem sou eu para negar?
Cada palavra falha
Cada erro ortográfico
Cada gramática queimada
Se as luzes tem versos
Pobres versos brandos
Sem mesmo ter como explicar
No meio fio
No fio da navalha.
Não negarei
Nem darei minha outra face a tapa
Nem apagarei com a borracha da vida
Gostaria de nascer de novo
Fazer tudo diferente
Para ser igual
Meus erros me transformaram
No que eu sou
E corrigir-los seria apagar minhas qualidades
Eu insistirei em não rimar
E insistirei no breve silêncio das palavras
Porque? Pelo simples fato.
Pelo simples fato
Pelo simples fato...
E as luzes insistiram
Em me acordar
Em não me deixar dormir
Elas falaram as verdades que não escutei
As mentiras que eu contei
As lágrimas que eu fiz cair
Elas falaram para o solitário
O distante solitário
A verdade
E a mentira

Equilíbrio Distante

Começo uma pequena série de poesias. Será nomeada de "Equilíbrio Distante" do qual também é o nome de um álbum solo do Renato Russo, mas esta série não terá nada haver com o álbum e muito menos será em Italiano. Não sei se realmente há pessoas que leem este blog, mas se há. Dou esta singela homenagem a vocês que acompanham com toda paciência os escritos deste pseudo-poetinha.
O comentário de vocês é muito importante para que eu tenha ânimo para continuar escrevendo, mas dizem que o silêncio também é um dos melhores discursos.
Bem, é isso.
Espero que gostem.