2 de dez. de 2012

Quando a corda não arrebentar

Aquela velha sensação de novo
quando o ar já não é mais gostoso
e a altura parece ser tão chamativa
e a corda não arrebentará...
aquela velha sensação
que não sai das minhas costas
que não permitira
a corda arrebentar
aquela velha dor
que arde por dentro
que segura meu pescoço
e que não faz a corda arrebentar
com o sangue nos olhos
e a alma saindo
isso que dá
quando a corda não arrebentar

25 de nov. de 2012

Sinfonia



Deitou-se no meu braço
dissera "te amo" e fechara os olhos
te disse tudo seria bom
te disse, medo não o tenhas
e você não o teve
Seu sexo anda novo me dera prazer mais que instantâneo
Claro que por ser escondido rapidamente teve que ser feito
Na mistura sagrada dos teus beijos e dos teus movimentos sutis
O teu peso em minha barriga
E o pequeno espaço do qual um dia um grande humano poderá sair
Me fizeram tremer
e sentir o que é prazer
Te beijei
te amei
Te beijo
Te amo
Enquanto meus dedos passeiam pelo teu corpo
Indo da extremidade da sua boca
até o profundo dos teus lábios
Sua face se contorce em um gemido seco
abafado para que ninguém o ouça
Quando meus dedos penetram no mistério
do meio das tuas pernas
Quando meus dedos tocam e sentem o prazer ali guardado
em pontos que até mesmo a ciência duvida
Vejo-te expelir amor pelos olhos
Vejo te me perguntar se estou pronto
Vejo-te e meus olhos enterram junto com meu paladar no néctar dos deuses
na fonte sagrada da vida
no sexo oral
No sexo distinto
no sexo humano
no melhor prazer do mundo
até que o primeiro gozo se torna realidade e uma tímida lágrima escorre ao rosto
agora estamos nús como adão e eva
agora experimentamos do fruto mais que permitdo
quando nossos corpos se contram, quando sinto você e você me sente
quando nossa mistura de carnes, gemidos, dores, prazeres, sentimentos
lembranças e emoções se tornam uno
por alguns montes de minuto somos um só
somos um só
somos dois
somos um só
somos dois
somos um só
somos dois
somos um só
somos dois
até que no fim, o líquido sagrado da vida é expelido.
até que no fim, os corpos exauridos caem cansados e entram em profundo sono
até que no fim, você apoia a cabeça em meu braço e me diz
- te amo
e eu respondo
- te amo

23 de nov. de 2012

A arte de voar para homens

Voar
Alguns pássaros sabem faze-lo muito bem
Algumas pessoas vão além
Não sou uma meia-divindade caindo ao chão
Se serei o escolhido, digo não!
Mas voar, minhas asas machucam minhas costas
Minhas costas doem, já não tem mais volta
O céu se torna um azul e rima com o mar
O mar não é azul, pergunte para o céu, ele pode explicar
Equivale ao cair
Atravessar as nuvens e ver o chão subir
Acordar as 10:00 da manha e saber que ainda é ontem
Acordar nunca mais e saber que eu sou o homem
Que sabe voar

22 de nov. de 2012

Mensagem em uma garrafa

Flor que abriu e salvou o coração do poeta
poeta não machucarás a flor
Flor que abriu coração do poeta salvou
São os versos mais antigos sobre o amor

Preto no branco fácil
Cálido como uma manhã chuvosa de domingo
                                                           [a dois
Cálido como o sangue de Jesus escorrido
Quando lembrou-se que já deveria ter morrido

Tais versos românticos que o tempo ousa apagar
Não mais serão escritos em areias do coração
Agora gravados em pedras do mar
Com todo tipo de emoção

Doce, o vestido branco manchado de sangue
Virginalmente, donzela já não és mais
Já não és mais
Já não volta mais
O prazer de amar retorna a chama
E a chama vira amor

11 de out. de 2012

Mais uma rima

Eu estava feliz hoje
Sorri cantei dancei
Nada me corrige
Sei que hoje cantei!

Mas acordei não tão bem
Um frio no peito
Algo que eu não sei
Não quero sair do leito...

Aquela vontade de novo...
De perder de vez a batalha
Mas novamente corro
Novamente a ideia me falha

As vezes penso que será o último verso
Mas no outro dia eu faço mais uma rima

4 de out. de 2012

- Sem título -

Quanto tempo eu não vinha aqui...
Este muro das lamentações onde morri tantas vezes e nasci tantas outras. Foi neste quartinho onde
eu amarrei a corda e ameacei me jogar da cadeira.
Tem sangue na sala.
Antigos papéis jogados na escrivania, a caneta já bem velha não escreve mais. Alguns espelhos muito sujos onde a poeira já tomara conta de seus passados. Vi meu reflexo pálido e me vi morto ontem, morto hoje e morto amanhã.
Tem sangue no quarto.
Minhas roupas sujas ainda estão lá, espalhadas pelo chão, o cheiro do vômito antigo, e a madeira fria que continha as lembranças de meu cachorro morto.
Eu ainda sinto as mesmas angústias que antes, só que agora bem piores.
Os quadros ainda me encaram, apontam seus dedos para mim e me chamam de puramente covarde!
mas sou?
Não sei. Faz parte do crepúsculo dos deuses se tornar um deles. Não tenho Deus no coração, mas o vazio em minha mente é uma oficina para o seu oposto.
Quando as nuvens de chuva chegarem ao oposto da praia, estarei lá sem roupas.
Cairei ao chão, morrerei novamente.
O apocalipse, a mudança, serei eternamente grato por ter partido mais cedo para a terra dos esquecidos.
A poeira tomara conta de tudo, os meus antigos escritos, tudo se tornara cinza nesta massa de dor e sofrimento do qual transformei em versos.
Sento-me na cadeira da qual eu teria me jogado nos braços da dor. Lembro-me da infância feliz e dos campos verdejantes que eu vi. O riso franco dos meus amigos em um jogo de futebol, medalhas...
Um relâmpago divino em um céu arlequinal.
Mas tudo passa, e minhas memórias enfraquecem, naquela tumba do meu amanhã.
Minha paranoia.
Minha febre.
Penso em estar morrendo pouco a pouco, as vezes até desejo isso
Mas ao me afogar eu aprendo que a dor de desistir é sempre maior.
Espero que tenha volta...

26 de jul. de 2012

Dízimo

Gastei meus sonhos
No supermercado mais próximo
Mas não suponho
Em tudo que cismo

Rostos solitários
Na demência de um espírito
Guardem-se em seus armários
Seus estranhos ritos

Gastei um punhado de Reais
Na compra de um céu
Na compra de diversos finais

Comprei uma nova religião
Sou o líder de todos
Sou o verdadeiro Deus Pagão

16 de jul. de 2012

As palavras que anunciam um fim podem ser duras
Antes mesmo que sejam, feitas puras
Mesmo com dor da guerra, batalha
Não sei se há guerra que mesmo valha

Dor, já dita e acostumada
Palavras duras foram então faladas
Não há resto, volta muito menos
Não sei o futuro que teremos

Pois então, espero um brilho no poço
Fundo que conheci já moço
Sei que pisar em novo ladrilho pode custar
O pé direito e o direito de não mais voltar

Agora já comecei a trilhar
Em pequenos passos a rota que decidi
Também decidi já não mais voltar
Agora escolhi o caminho por onde ir

6 de jul. de 2012

A partícula de Deus

Ecoam Reality-shows em seus respectivos canais televisivos. Eles não procuram a partícula de Deus pois seu Deus é o Elétron que dá vida a televisão.
As imagens chiadas, as músicas feitas em pequenos e grudentos refrões, vejo as pessoas invisíveis e as pessoas não tão visíveis em suas festas gregas, orgias ou saturnalias de champagne e vinho. Vestem-se como se tripulassem o Titanic, vestem-se como se bebessem o sangue dos bebês africanos.
Agora o fedor da brisa noturna, esgotos em céu aberto, ano de eleição. Escolheremos um idiota mor para dar ordens para idiotas do baixo clero. Eu prefiro ir para a Guilhotina de cabeça erguida para ver-la logo mais sem meu corpo.
Sou a dor da mulher grávida.
Quero rezar para os deuses gregos sagrados, sou fiel a Dionísio, sou fiel a Apollo. Quero dançar na chuva igual a Gene Kelly, quero fazer pior, sou uma pós imagem triste procurando o anjo negro da angústia. As vezes penso que tenho um coração maior que um quase mundo, só que o mundo é tão pequeno que ofusca toda a vontade do meu coração.
Dou o prazer que o mundo precisa.
Dou as minhas mãos.
Estou cansado, mas o cansaço faz parte do cara que acorda as seis da manha e atravessa a cidade pedindo esmolas.
Estou cansado, mas sou Willian Blake escrevendo poesias em margens de rios ingleses.
Sou Allen Ginsberg quebrando janelas com seus amigos dos anos 60.
Jim Morrison, me abençoe, eu não sei o que faço.e
Sou a partícula de Deus dançante e redopiante. Bilhões foram gastos para a minha descoberta, zilhões com fome na África. Ah, mãe África, descobrir algo que não faz sentido é mais importante que seus mortos sem nome. Eu brilharei de forma mortal destruindo tudo aquilo que você acredita.
Sou a partícula Divina, sou o reality show na televisão.
Afundei o Titanic por Hollywood.
Eu explodi o universo e filmei.
Está no Youtube, só ir ver.

2 de jul. de 2012

Carro do ano

Meus pés doloridos de andar por todos os ladrilhos ladrões das ruas. Escuridão, peso sobre os ombros de uma noite da qual nem sei se é verdadeira noite ou se eu esqueci de acender a luz. Minha garota escreve versos sobre o amor debaixo dos lençóis, ela ri e chora brincando de passado e presente.
Há um gosto macio quando a madrugada entra sem ter medo ou raiva de mim. As vezes eu esquento uma fogueira de antigos sentimentos e queimo as cartas que o meu eu do futuro mandou para o meu eu do agora. Eu apena ignoro os aviso de que eu possa ficar careca, barrigudo e ter um carro do ano. Eu ignoro completamente o futuro de frangos-fritos cheio de gordura em minhas correntes sanguíneas. Eu ignoro o fato da America estar gorda, do Brasil estar morrendo, da Amazônia estar verde.
Minha garota diz que o por-do-sol é lindo, não nego.
Meu pai diz que o mundo pode acabar, não nego.
Minha mãe diz que sou novo demais para casar, não nego.
Meus amigos me dizem que estou ficando careca e barrigudo, não nego.
Mas ainda não tenho o sonho de possuir o carro do ano.
Anos se passaram, o carro do ano já não é do ano, as imagens em touch screen e os terroristas continuam os mesmos. Quero ser Charles Chaplin andando nas avenidas chuvosas destas tardes de Julho.
Não entro em igrejas, elas querem entrar em mim.
Agora, trepidante as chamas das minhas antigas poesias juvenis se tornam mais forte. Queimei aqueles velhos papeis passados com memórias antigas de tempos que já não existem mais. Resolvi escrever uma carta para o meu eu no passado, quero avisar que ele pode ficar careca e barrigudo.
E que não terá um carro do ano.

16 de mai. de 2012

Eu ainda visito aquele lugar

Eu me tornei o pródigo tão rápido quem nem mesmo nos mais breves sentidos eu pude me tocar sobre o caminho que segui. Engraçado que li alguns versos hoje dos quais  me pertenciam.
O passado, eu gosto de pensar que o ontem eu era um e o hoje eu sou outro. Não deixarias mais ela ter me dito tudo aquilo que me disse porém, quem sabe eu precisaria ouvir tudo da sua boca novamente.
Eu gostaria que o mundo fosse chato e os navios sumissem no litoral.
Eu gostaria que o mundo fosse tão redondo que furasse no menor espaço de tempo;
Ainda te tenho na minha boca.

Eu gritei para o mais profundo espaço que não mais seria e que não mais viria a sorrir novamente.
Eu falei tais palavras sorrindo, era uma maneira de enganar meu falso eu.
Eu queria ser grande e este texto tem tantos "eus" que os "vocês" acabaram se perdendo.

És responsável por tudo que tu cativas....

O relógio correu tão rápido, foi um mês tão divertido, ainda sinto a sensação de ficar em casa comendo miojo esperando a morte chegar.

O relógio parou naquele instante que tu mordestes meus lábios. Te falei que ainda visito aquele lugar com saudade. Hoje tudo seria tão proibido.

Passado, presente...
O futuro eu deixo para os filósofos, já dizia meu pai.

30 de abr. de 2012

Primeiro de MAIO

           Noite quente. Estamos perto de um feriado qualquer, é dia do trabalho e eu o comemorarei com milhares de toneladas de preguiça. Rostos brilhantes nas janelas dos prédios, eu sou a nova vanguarda que saí de noite com duas garrafas de bebidas alcoólicas embaixo dos braços.
           Quando for duas horas da manhã eu componho uma música para a mulher amada.
          Amanhã não vou trabalhar.
          Amanhã eu me dou o direito de nada fazer.
          Amanhã os meus versos estarão mais descansados.
          São lágrimas?
          Noite na minha cidade. Eu adoro a noite, eu adoro os telejornais com seus apresentadores almofadinhas com suas bermudas escondidas em baixo de todo o gabo de uma bancada de maciça madeira das florestas em reserva.
          As notícias me deixam deprimido. Me sinto roubado toda vez em que eu assisto o canal político.
          Ou o canal religioso.
          Me sinto roubado toda vez pela metafísica dos astros ou pelo meus livros do tio Aristóteles. Meus quadrinhos do Homem-Aranha ficam com inveja toda vez que leio Kafka. Eu quero ser tão intelectual assistindo os clássicos da Disney.
         Ratos dançando.
         Meu download ilegal deu errado! Tenho medo do FBI bater na minha porta e confiscar toda minha coleção de desenhos animados baixados sem o consentimento do Hanna-Barbera.
         Eu queria ter sido do FBI. Hoje não gosto deles.
          Espero que chova ainda hoje, e que esta chuva não molhe apenas o sentimento de culpa do homem ideal. Que mulheres em silêncio escrevam seus verbos nuas em seus quartos prontas para dormirem.
           Eu desejo que seja feriado todos os dias.
           Sou brasileiro, logo um desgraçado!

28 de abr. de 2012

Anacromático

São seis horas, ou 18:00 como preferir. A violência do passar e repassar do ônibus e a velha expressão vazia dos seus condutores. As Américas perdem perdão para a solidão dos seus povos estranhos.
Mesmo iluminado pelo ranger dos postes noturnos eu digo olá para as vitrines e para as coisas que realmente não são necessárias.
Digo alô ao meu melhor amigo.
É sábado, tenho uma amiga chorando na WebCam. Tenho comediantes preparados para me fazerem rir. eles fazem comerciais e me fazem rir.
A novela dramática na televisão me faz rir.
Falei com Tio Ginsberg ontem de noite, seus versos continuam impuros como da última vez que eu o vi. Poesia feita para mulheres e para homens. Toca-me o profundo da alma saber que lá fora é o oposto do mundo real.
E tudo está lá. As crianças do lixão estão mais limpas na novela das nove.
Tudo é mais limpo na televisão.
Tudo é mais limpo no fundo das minhas gavetas do qual eu guardo meu salário.
Tudo é tão abstrato.
São seis horas, ou dezoito horas, ou horas "PM". Quero tentar descobrir o que tinha depois do meridiano de Greenwich. Queria voltar no tempo e bater no Napoleão, sem um motivo, só para bater.
Fecho meu mundinho com várias questões para responder. Fecho meu mundinho com as palavras sábias de um qualquer.
Já não são mais 6:00 PM ou dezoito horas.
Mudança geral no blog de poemas. Não, ele não vai falar de receitas de bolo.
O autor agora é mais autor do que era o autor de ontem. O autor agora quer ficar rico e doar todo o dinheiro
para as crianças pobres do planeta X.
É um blog de Poemas que tem 8 acessos por mês.
Enquanto houver burguesia, não vai haver poesia já dizia o Cazuza.

20 de mar. de 2012

A alma

Não sei. Acho que mudei e agora consigo perceber o mundo.
Vi uma flor nascendo, seu cheiro é tão bom... Meu espírito não está pronto para ir tão cedo.
Meu espírito... Ele está cansado de mim mas agora me suporta bem mas. Já não somos aqueles inimigos íntimos do qual brigávamos pela mesma mulher, a Alma.
Sorrir, desafio difícil.
Sorrir... Fiz isso no último dia que choveu, entre os rostos bonitos que passavam molhados na mais serena chuva de março.
As vezes, ainda sim, ouço o estralar dos dias.
E algumas explosões.

16 de fev. de 2012

Vazio interior

Vejo o vazio quando saio de casa
Vejo o vazio quando pego o ônibus
Vejo o vazio nas pessoas do meu facebook
Vejo o vazio nas redondezas
Nas ruas
Nas músicas que ouço.
Tudo é tão cheio de um vazio inestimável
As pessoas que um dia me amaram
As pessoas que um dia sorriram para o céu
As pessoas do qual já chamei de raro.
São vazias
Estão vazias
Compartilho tal vazio
Sem querer encher-me com nenhuma ideia
Que venha o vazio-vazio
Mostrar seu rosto machucado
dar sua cara a tapa.
Vejo o vazio no meu passado
No passado dos outros
Nas fotografias
Nas aulas de biologia do qual nunca prestei a atenção
Vejo o vazio na minha má gramática
No ENEM
Nos alunos
Nos gritos da esquina
e nos jogos de futebol
Vejo o vazio no meu sarcasmo
Mas ele me diverte tanto...
Vejo o vazio no mundo.

1 de fev. de 2012

Acordei.
Acordei para a vida, acordei da morte
Acordei.
Acordei sem saber onde eu estava.
Acordei debaixo dos seus beijos
Acordei tateando meu celular e vendo quem me ligou
Acordei feliz
Acordei depois de quase ter morrido
Acordei e agora pretendo nunca mais dormir

30 de jan. de 2012

Possível ultima noite

Talvez hoje eu não carregue o mp4
E jogue todos os planos água a baixo
Talvez hoje eu entre e nunca mais saia do meu quarto
Não sei se hoje eu passo

Talvez eu deixe um livro pela metade
Uma história que nunca encontrará um final
Talvez eu deixe alguma saudade
E rira as pessoas a quem fiz mal

Fora a última opção e eu sabia
Não daria certo dês do começo
Não sei se a coragem será continua
Talvez este seja o destino que eu mereço

Amanha, talvez eu não chegue no trabalho
Nem vá embora dele
Nem fale as mentiras que tanto falo
Nem as piadas que ninguém entende

Deixo para trás ainda um pouco de alegria
Mas os Maias acertaram a previsão
pelo menos para mim.

12 de jan. de 2012

Jardim Secreto

Acordei em meio chuva
Andei em meio a tempestade
Nadei até a curva
Entre os caminhos da verdade

Relâmpagos e trovões
Iluminaram todo o céu
Nas poças encontrei mil razões
Do qual as escrevi em papel

Molhado e deitado no jardim
Descobri quem eu era
Descobri o meu fim

Tenho as nuvens como teto
E a água como espírito
Meu corpo, um jardim secreto

7 de jan. de 2012

Aquário

Eu estava desacostumado com o mundo
O mundo tão estranho que eu não o entendi.
O mundo tão bizarro que eu não fazia parte dele.
Tantos jovens astutos em uma imensa fila esperando...
Vi na beleza dos teus olhos um motivo de riso.
Eu estava assim, desacostumado com o mundo.
O mundo era assim mesmo ou eu que tornei-me arredio demais?
O fato de raramente sair de casa me deixou com péssimas piadas.
Mas você ri delas mesmo sendo ruins.
Abrimos refrigerantes e brindamos com uma bruma espessa
Estranha...
Me senti fora do aquário
Me senti fora de minha fortaleza infantil
Quis voltar ao meu mundinho sereno onde eu era rei
                                                                    [de minha humilde sujeira
Eu quis que tudo andasse quando o vermelho nos obrigava a parar
Mas ela gosta de mim, tenho certeza.
E eu gosto dela também.
Estou desacostumado com o mundo inteiro
E o mundo está desacostumado comigo

5 de jan. de 2012

A última chance

Eu morro um pouco mais a cada dia
Dia que eu vivo, dia que eu morro.
Você eu considero minha última chance
Minha última chance de riso.
Mas eu morro.
E agora posto na dúvida
sem saber o porquê de algumas decisões.
Eu morro na madrugada pensando se sim ou se não
Eu morrerei pensando no talvez...
Mas estou em chamas hoje
Estou em chamas puras de um dia estranho
Você demora tanto a aparecer que eu perco minha vida
E diz que não pode aparecer hoje só por não poder...
Eu morrerei porque você é minha última chance
E de novo vou morrer pois, estou cansado demais
Para respirar.