16 de jan. de 2011

No conjunto dos versos abstratos

A tarde se repete
no conjunto dos versos abstratos
a tarde se repete
no conjunto dos versos absurdos
a tarde se repete
nos sorrisos dos retratos
a tarde se repete
nas músicas dos surdos
a tarde se repete
no domingo no sofá
a tarde se repete
na chuva que não caiu
a tarde se repete
no coração que irá parar
a tarde se repete
para o cego que nunca viu
a tarde se repete
alguem escuta joy division
a tarde se repete
prelúdio para uma tempestade
a tarde se repete
não é um dia dificil
a tarde se repete
ela representa apenas a metade
a tarde se repete
e menino e menina geram outros
a tarde se repete
mas não se repete a verdade
a tarde se repete
com novos monstros
a tarde se repete
com novos motivos para fugir
a tarde se repete
sem novos motivos para sorrir

9 de jan. de 2011

Liberdade

Todos os cavalos são livres
Com o coração vivo entre a estepe cinza
Todos os pobres bebes choram de noite.
A lua é a única luz dos livres
O som do vento é a  unica coisa em que se pensa
E não temos medo da morte

Quando acordarmos
A chama da vida estará se apagando
Quando eu acordar
As noites chuvosas darão o lugar
E apareceram as borboletas que sonhamos

Todos os cavalos são livres
Com o coração vivo entre a estepe cinza
Todos os pobres bebes choram de noite.
A lua é a única luz dos livres
O som do vento é a  unica coisa em que se pensa
E não temos medo da morte

Carbono

Vazio
Agora é o peso do meu peito
E as lágrimas que a noite não curou
Mesmo que toda vez nada é tudo
E se chovesse mais um pouco esta noite
Eu não conseguiria amar amanha.

O buraco do meu peito está vivo
Ele me diz coisas tão raciveis
Nada que nada possa servir
Não consigo dormir
E comer para mim é impensável
O estômago, as pernas, os rins
O meu livro do Augusto dos Anjos apodrece
E logo este filho do Carbono e do Amoníaco também

5 de jan. de 2011

Teardrop

Amar, amar é o medo
Uma lágrima que desce no mundo
Mudar o tempo façamos cedo
Lágrima que apaga o fogo do fundo

Na meia noite de todas as noites
Medo em algum lugar
Pego flores e pessoas tristes
Pois sei onde elas vão estar

Minhas confissões
O verão se aproxima com suas chuvas
O espelho com minhas refelexões
Não sou eu pois são memórias suas

A lágrima escorre
O coração bate
Amar, viver e morre!
Não há nada que me mate!

3 de jan. de 2011

No profundo da cavena

No fato de estar perdido é sério dizer:
- Estou perdido!
Daí caimos em um mundo ilusório, lembramos-nos dos nossos amores platônicos e de nossas
bailarinas que dançam e rodopiam sem parar na nossa mente, rindo, festejando, e talvez até chorando
- Tão querido!
Chove no meu interior, na minha versão de "A floresta do Alheiamento" eu estou sozinho porém, o bosque existe, e a água é fresca. Meu espírito é um ser vivente em tal floresta e toca flauta como os filhos de Dionísio.
- Viva ao vinho, viva a verdade, viva a discórdia!
Não estou aqui por acaso, há muitos igual a mim;
Não estou aqui por acaso, mas não significa que eu esteja feliz.
Não estou aqui por acaso, mas nem estou próximo do fim
Não estou aqui por acaso, mas sinto o cheiro das flores de lís
Não estou
aqui...

Nada faz sentido no profundo da caverna.