21 de mar. de 2011

Na prateleira do supermercado

Bêbada e semi-nua trazida e levada pelo mar, retratos de pessoas quebradas pelo vento, pelo dia, pelo sol.
Aquela menina semi-nua nas estradas, nas calçadas, nas pessoas. Ser ou não ser, eis a questão, Sheakespeare era um idiota.
Eu também sou.
Sou eu também?
Bêbada ela se diverte entre as pessoas, pessoas boas ou más tanto faz, tudo é um supermercado de sentimentos enlatados. Eu sou um produto do meio, uso plástico verde e estou na prateleira de úteis.
Eu prometi que te amo.
Não, não, não, não, não! Tudo é uma confusão tão grande. Passou-se tantas festas que eu sozinho aqui nada pude aproveitar da vasta vida, da vasta vida, da vasta vida.
Bêbada, peitos vomitados, álcool e drogas na noite de luar. Assim é a vida em pequenas cidades do Ceará, assim é a vida em pequenos passos dados ao fundo do poço. Poço? Nada importa tanto as pessoas do que um meio de chegar ao mesmo sem ter que pagar pela viagem. Poço? Ninguém quer chegar lá mas todo mundo quer pegar um pouco da água dele.
- Eu não vou!
Mas acabamos indo.
Bêbada, está nua no resplandecer de sua juventude. Nua, está bêbada no melhor da sua juventude. Jovem, está bêbada para o resto da vida.