30 de set. de 2010

- Sem Título -

Quando todos querem te machucar
Eu estava sendo um poeta que apenas escrevia...
Perco todo o meu ar
Eu era um poeta que não tinha sentimentos
Talvez se auto-estima fosse vendida tão facilmente
Uma ponte que cai, outra que se cria
Mas agora creio que sei qual é minha essêcia
Eu não sabia o que eu sentia e o que eu não sentia....

Eu tenho o poder de machucar a todos
Meu riso que teimava em não sair...
Sei lidar com os estes lobos
Eu era poeta e não escrevia com o coração
Eu era poeta e escrevia por escrever
Sei das coisas que podem acontecer
A vida não se define entre viver e morrer
Agora o amor, agora o ódio, agora a paixão
Não há tantas questões que a sinceridade não resolva
Agora são puros, e formam a nova situação


Não há tantas cores
Não há tantos sentimentos
Não há tantas respostas
Não há tantas questões
Não sobra muito tempo
Não há tanta juventude
Não há tantas despedidas
Manteremos um curso e este curso é sempre para frente.

29 de set. de 2010

Apaixonei-me por uma bailarina

Apaixonei-me por uma bailarina
Conheço-a dês de pequena
Ela é a mais linda menina
Da voz tão serena

Sua dança era tão delicada
Apaixonei-me, nada pude fazer
Disse a mim: - Nunca fui amada!
Disse a ela - Deixe-me amar você!

As rosas serão sempre flores
E não nasceram neste deserto
São rara como tais amores
Onde a solidão é o certo

Apaixonei-me por uma bailarina
Eu que sou este pequeno poeta
Que tão pobremente rima
Com palavras tão incertas.

Disse que a amo
E que sempre a amarei
E que sou eu quem a chamo
E que meu coração a ela darei.

Ela sorri sem querer sorrir
Diz que já ama alguem
Eu pensei que estava a mentir
E perguntei-lhe: - Quem!!?

Ele não te ama, se te ama, ama pouco!
Amar mais que ele eu consigo
Ela diz: - Você está louco!
Te considero apenas um amigo.

Eu amo uma bailarina
Ela não ama um poeta
Aqui está história termina
Sem final feliz nem festa

Dançar e ser aplaudida por quem diz que a ama
A bailarina resta a alegria do coração
O poeta dia após dia se torna uma fraca chama
Lhe resta apenas o frio sorriso da solidão.

Que o mundo me ouça!

O mundo tem que ouvir
O que tenho a dizer
Mas o que eu tenho a dizer
O mundo talvez não queira ouvir...

Fiz como Zaratustra: dei adeus ao sol, a águia e a cobra. Desci dos solitários montes trazendo um presente para os homens. Como Zaratustra fiz, desci rindo por um desfiladeiro criado de lágrimas

Na calada da noite
A questão paira como um bandido
Talvez eu tenha me perdido
Na calada da noite

Nas delicadas flores primaveris que teimam em nascer ao meio do concreto eu delicío seu puro aroma, o cheiro que nascera junto a dificuldade. Vem um cachorro e come a planta.

O mundo é tão cruel
Os versos são tediosos
Neste mundo dos poderosos
Feito de papel

Somei tantas coisas na minha vida e subitraí um tanto quanto de outras. Somei as garrafas vazias e as canetas sem tinta, somei os sonhos perdidos e os amores incompletos, subitraí de cada coisa um ano de vida. Era um suicídio sempre que eu nascia...

Agora a lua me sorri
Não existe o agora
Não irei embora
Tudo eu ainda não vivi!








23 de set. de 2010

In Vino Veritas

Quando eu era jovem
Bebi até a morte
Procurando viver um pouco mais
Andei nas trevas e nas tabernas
Respirei o frescor do vinho puro e tinto
Embreaguei-me tantas vezes
Que meu passo era cambaleante por natureza.
Não havia mais sofrimento entre os amigos
Não havia mais tristeza entre as mulheres
Quando eu era jovem
Talvez a juventude era minha pior inimiga
Mas, tambem aprendi muito nas sarjetas
E nos copos de vinho
Minha vida era Dionisíaca
Um brinde para aqueles que não temem
Um brinde para aqueles que ali estão
Quando eu era jovem
Brindar era minha obrigação

21 de set. de 2010

Ode ao coração partido

Paixão? Fique com ela!
Meu coração não mais se desespera
Neste mundinho meu eu não sairei
Isto sou tudo o que me tornei
E o amor, que morra o amor
Este sentimento sem nome, sem cor
Dionisíacas palavras neste sonho de verão
Sofro por sou um homem sem coração
Sofrer, meu coração fora arrancado
Sofrer, meu amor fora enterrado
E agora que já esta a chover
Durmo sem desligar a TV

Amor? Eu abdico!
Nunca mais eu te suplico
A dor que senti por tí não findara tanto
E agora que eu já consegui sair do canto
Mas sou um pássaro em uma gaiola
E na ventania noturna peço amor como esmola
Penei em aprender
Penei buscando o meu verdadeiro ser
Encontro-me em bares e em garrafas
Encontro-me em caminhos e estradas
Encontro-me perdido
Ferido...
Agora que já sei como é perder
Durmo sem desligar a TV

17 de set. de 2010

Poema de amor entre rimas pobres

Ela disse:
- Você é meu inimigo mais querido
   Algo que eu não gostaria ter perdido
   Tem nos seus olhos algo de ferido
   Um coração que não merece ser vivido
   Você, é um inimigo querido
   Ou um grande pequeno amigo
   Mas não importa para onde sigo
   Nem os livros que tenho lido
   Mas tudo não passa de um mal entendido...

Ele disse:
 - Não há razão tão impura
   Nem tão breve conjeitura
   Somos tão bela mistura
   Nos tornamos uma alma tão pura
   A noite para ti murmura
   Sobre de toda a humanidade a fissura
   E pensar de forma escura
   E de forma tão dura
   Escrevo a ti belos versos em forma de rasura.


  No fim das contas, beijaram-se.

7 de set. de 2010

Eu passarei...

Impassível este triste meio dia sem cor
Morrem pessoas aos montes no mundo
Eis a incerteza de ver o sol se por
Eis a certeza de atingir do poço o fundo
Na dor uivante que nascera da gruta cardiaca
Nas ideias imagináveis da minha mente demôniaca

E passam os carros...

Sei que a tarde vai acabar
Tudo que é vivo morre na metafísica
Tenho que descansar tudo o que há para descansar
Amanha será como uma segunda-feira mística
E a beleza da aurora que eu não irei ver
Vivendo cada dia no meio termo enter viver e morrer

E passam os dias...

O meu leito infernal me espera
Seguro-me em meus desejos pecaminosos
O leite sagrado da "mãe terra"
Amanha serei um invisível no paraiso dos poderosos
Mas aproveito o dia de hoje, feriado
Que é mais um dia totalmente parado


E eu passarei...

3 de set. de 2010

O dia nasceu cinza

Sua meta diária era ser feliz
Escreve nas paredes de seu coração tudo o que planeja
Mas adianta ter a certeza das certezas?
Em passos largos no destino que sempre quiz

O medo é um animal selvagem
Que habita as profundezas de seu coração
Na busca diária de uma solução
Na eterna solidão de uma viagem

O dia nasceu cinza....

No trageto de ida e volta
Seus alunos, seus filhos desmaturados de um erro simplório
As estridentes músicas faz um "quê" notório
Cair em seu abismo pessoal como uma opção que a solta

Vai já já
Em breve...
Está em greve
Mas vai voltar

O dia morreu cinza

2 de set. de 2010

Um soneto sobre solilóquios

Me sinto ridículo em me sentir ridículo
Nas cores arlequinais de um fim de noite
E minha tristeza me torna algo minusculo
Nas trevas além do mal, do bem e da sorte

Voa no meu peito um desejo infame
Na volta para casa, sobre as luzes do ônibus
Não ouço a quem me chame
O dia acaba quando se apaga a luz

No deserto inconciênte de meus desejos
O fogo que em mim queima a alma
Na ilusão sagrada dos seus beijos

Onde andas você que nasceu antes de mim?
Sou eu quem dá o último grito
Decreto por hoje apenas mais um fim.

1 de set. de 2010

O despertar de uma utopia

Acordo aqui, estou iluminado
Acordo lá, estou humilhado
Acordo na chuva
Acordo no sol
Acordei?

Meus sonhos não me disseram nada
Mas nada a eles eu perguntei
Nada, nenhuma palavra
Nada descobri, nada sei
Minha terrível e sorridente vingança
Minha dogmática fé sem esperança
Acordei no relento depois de sol e chuva
Afoguei-me em águas turvas...

Nunca acordei de verdade
Nunca falei de verdade
Nunca vivi de verdade
Nunca fui eu de verdade
Nunca sonhei de verdade
O que é verdade?
Acordar?

Lá fora...

Lá fora, a escuridão consome o homem.
Sua tristeza e sua sina fora feita em andar nestas quietudes gélidas de uma noite qualquer.
Não há uma explicação sensata mas os barulhos da rua fazem o silêncio algo raro
Não há uma beleza exórdia mas, ficam os retalhos de um dia que acabou.
E o homem devanesce em seus conceitos...
Lá fora, tudo é cruel.


Uma criança, duas crianças, três crianças! Pés sujos nas sarjetas, o duto do passeio dos ratos. Faz frio e uma tempestade aproxima-se, faz frio e uma lágrima aproxima-se, faz frio e o silêncio sorri dizendo:
- O que você procura aqui, infeliz?
O homem está sendo consumido como um cigarro...
Todos os prédios estão calados, os becos estão calados, os carros já não passam e os sinais amarelos espionam as esquinas. Um beco sombrio nos convida a perdição, seus fantasmas contam histórias que arrepiam-nos no mais profundo da alma. Quem está lá fora? Quem está ai? Ele está praticando o caos debaixo de nossos narizes, não ousamos perguntar porque tememos a resposta.


Lá fora, a escuridão consome o homem
E o homem se torna a escuridão
Não se sabe o que consomem
E os segredos guardados no coração
Lá fora, o silêncio é eterno
E torna o mundo um silêncioso inferno
Tudo acontece agora
A escuridão consome o homem
Là fora