19 de jul. de 2011

A auto da grípe

Espirro.
O claro frio da noite me congela
O dia de amanha me espera
eu espirrarei com meu eu lírico!
eu espirrarei a plenos pulmões
eu espirrarei
eu gritarei
eu falarei
não morrei jamais!
E a enfermidade me levará.

Espirro.
Meu corpo dói
Minha vontade já foi
Espirro.
Os poetas morrem disto
disto e de amor
não amo mas estou enfermo
não amo e não sou o mesmo
amo,
não.

Espirro
Tosse e agonia.
Saí de mim fria
Mas sobreviverei junto com meus versos
Meu coração teimará em bater
Eu teimarei em viver
mesmo espirrando
mesmo tossindo
mesmo querendo morrer nos braços
de uma linda mulher

Espirro


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